Uncharted é sem dúvida uma das
maiores franquias desta geração de consolas, tendo começado a sua existência de
forma um tanto ou quanto discreta com Uncharted: Drake’s Fortune, chegou ao
estrelato com a sequela Uncharted 2: Among Thieves que recebeu críticas muito
positivas tendo inclusivamente vencido o premio de melhor jogo do ano em 2009
nos Video Game Awards. Depois disto tudo, o hype era imenso para a terceira
entrada da série e a Naughty Dog prometia muito para este jogo.
Em Uncharted 3 voltamos a encontrarmo-nos
com Nathan Drake que tem como antepassado Sir Francis Drake, um dos maiores
navegadores e exploradores da história. O enredo gira à volta de uma viagem
sobre os quais foram apagados todos os registos. Segundo Nathan Drake durante
esse período sem registo, Sir Francis Drake foi a pedido da rainha de
Inglaterra, em busca da “Atlantis of the Sands” localizada algures no deserto Rub'al
Kahli. Seguindo pistas deixadas por T.E Lawrence e Francis Drake, Nathan Drake embarca
assim numa nova aventura que o levará a cenários bastante diversificados e ao
contacto com alguns conhecidos das aventuras anteriores. Tal como em jogos
anteriores temos um vilão, neste caso uma vilã, Marlowe que juntamente com o
seu braço direito Talbot farão tudo para chegar à “Atlantis of the Sands”,
tentando diversas vezes pelo caminho eliminar Drake. O enredo é muito bem
construído e embora não acham muitos momentos que nos surpreendam em termos de
rumo que a narrativa toma, a história não deixa de ser interessante muito ao
estilo do que a Naughty Dog já nos vêm habituando nesta série. Mas como
qualquer fã de Uncharted sabe o segredo do sucesso da série não está na
narrativa em si, mas sim nas personagens que dão vida a essa mesma narrativa. As
personagens estão de tal forma bem criadas que nós nos importamos com elas,
sofremos quando elas estão em situações de aperto e sorrimos com algumas piadas
secas que são mandadas para o ar. As relações entre as personagens são tão
realistas que nos sentimos de tal forma presos ao jogo que ficamos
desorientados quando tudo acaba e temos de voltar a nossa vida habitual.
É neste ponto que fiquei mais
desapontado com Uncharted 3, as relações entre as personagens não foram
exploradas, apenas num dos capítulos estas foram exploradas e são relativas a
apenas duas personagens. Depois dessas temos várias que aparecem no jogo para
nos ajudar em determinado momento mas sobre os quais não existe quase interação
nenhuma em as personagens para além da narrativa principal. Personagens como
Chloe e Elena que desempenharam papeis tão importantes em jogos anteriores e
que neste jogo parecem quase insignificantes. Personagens que nós fomos
aprendendo a gostar depois de tanto tempo dedicado a elas. E que neste jogo
continua a persistir todas as dúvidas que apareceram após Uncharted 2 e até
mesmo durante Uncharted 3 que chegaram ao fim sem resposta.
Em termos gráficos Uncharted 3
é uma delícia para os olhos, não que tenha existido uma melhoria significativa
em relação ao jogo anterior, mas a variedade de cenários neste jogo é algo de
simplesmente fantástico, algo que nunca vi noutro jogo até à data. Começamos
nas ruas de Londres com locais onde podemos observar toda a beleza da cidade
durante a noite, passando depois pelos mais habituais mas igualmente belos
cenários verdejantes na zona de Paris e também por um museu na Síria marcado
por uma arquitetura antiga. Depois passamos por uma espécie de uma lixeira de
barcos onde à água marca uma presença assídua, por fim e o local onde se mostra
todo o potencial da consola Sony, as areias do deserto de Rub'al Kahli. A forma
como a areia se movimenta e como ficam marcados na areia a marca dos nossos
passos é algo capaz de deixar qualquer um de boca aberta pois nunca antes se
viu tal coisa nas consolas.
Algo que a Naughty Dog domina
como ninguém são os ângulos da câmara, algo que pode perfeitamente parecer
insignificante, mas que tal como os produtores de Uncharted fazem questão de
provar desempenha um papel importantíssimo na forma como a história chega até
nós e como o nosso cérebro capta esses mesmos momentos. Estas variações dos
ângulos da câmara em algumas sequências aumentam de forma significativa a nossa
imersão no jogo dando origem a sequências simplesmente espetaculares. Uncharted
3 faz também uso do 3D estereoscópico e é sem dúvida o jogo que até à data
melhor usa o 3D com efeitos em determinadas sequências de grande qualidade.
No que ao gameplay diz respeito
não existem grandes novidades em relações aos jogos anteriores da série, sendo
que a única alteração foi a possibilidade de atirar de novo aos inimigos as
suas próprias granadas. Algo que ganhou uma importância enorme em relação aos
jogos anteriores foi o combate corpo-a-corpo que sinceramente não gostei. Eu
gosto de tentar eliminar o máximo de inimigos em modo stealth, mas estar
constantemente a ser obrigado a, durante uma situação de tiroteio, ser obrigado
a lutar corpo-a-corpo não é divertido e para além as animações são, apesar de
boas, extremamente repetitivas dei por mim a reparar que contra um único
inimigo o Drake repetia o mesmo movimento umas três vezes. Assim sendo Stealth
sim, combate corpo-a-corpo não.
O elemento de “Shooting” de
Uncharted 3 contínua em tudo igual a Uncharted 2, podemos ter duas armas, uma
de pequeno porte e outra de grande porte juntamente com as granadas. O sistema
de cover continua eficiente mas o melhor das sequências de “shooting” não
reside nesta pequenas coisas, mas sim naquilo que a Naughty Dog faz que mais
nenhuma outra produtora consegue fazer. Em quase todas as sequências os
cenários encontram-se em constante mudança desde voltas de 180º graus ou mesmo
as ondas das águas a afetarem a precisão dos nossos tiros. Isto requer uma
maior capacidade de adaptação das condições do ambiente que nos rodeia sem que
nunca sabemos quando é que de um momento para o outro as coisas podem alterar
de posição. A IA é também eficaz pois os nossos colegas de combate ajudam-nos
muitas vezes a eliminar inimigos. Um dos problemas que volta a surgir em
Uncharted 3 que havia sido resolvido no jogo anterior é o exagero nas ondas de
inimigo em determinados capítulos do jogo, ficando nós com a sensação que é
apenas uma tentativa de aumentar o tempo de jogo e não de aumentar a qualidade
da experiência.
As sequências de plataformas
regressam e continuam ao nível altíssimo que se apresentavam no jogo anterior.
Drake continua a movimentar-se com uma fluidez notável embora continue a
parecer que ele seja um super-homem. Estas sequências permitem diminuir o ritmo
das sequências de “shooting” embora por vezes os dois elementos se juntam numa
só sequência memorável. Os Puzzles estão também de regresso e desta vez são
mais complexos mas igualmente agradáveis deixando em nós uma sensação de que
somos mesmo perspicazes e inteligentes para os resolver embora os livros de
Drake e T.E. Lawrence deem uma ajuda.
Para aqueles menos
familiarizados com a jogabilidade de Uncharted, o jogo faz um excelente
trabalho em inserir o tutorial durante o início do jogo oferecendo ao jogar
situações inseridas na história, evitando jogar um tutorial separado, fazendo
assim o tutorial não uma obrigação mas como uma iniciação não só à história mas
como à própria jogabilidade.
Quem joga Uncharted sabe que
aquilo que torna o jogo tão especial são as fantásticas cinemáticas que
acontecem mesmo durante momentos em que estamos a controlar a personagem.
Uncharted 3 está repleto destes momentos, momentos belos e marcantes capazes de
ficar na história dos videojogos. No entanto fiquei triste porque grande parte
desses momentos espetaculares já tinham sido vistos várias vezes nos inúmeros trailers
do jogo antes do seu lançamento. Espero que a Naughty Dog não cometa o mesmo
erro no futuro. Mas em Uncharted 3 a Naughty Dog fez questão de adicionar
algumas animações simplesmente deliciosas, desde Drake a afastar moscas no Iémen
ou a cambalear em pleno deserto, tudo isto faz parecer o jogo incrivelmente
realista.
O multiplayer volta a marcar
presença e mantém-se fiel ao do jogo anterior. Um multiplayer muito guiado para
a capacidade de personalização das nossas personagens, pois esse acaba por ser
o maior objetivo no multiplayer. Existem vários tipos de missões, desde as
simples missões de eliminar a equipa adversária, a conseguir levar um tesouro
para um local seguro.
Consoante a nossa prestação recebemos experiência que nos faz elevar no ranking e receber dinheiro para desbloquear novas personagens, armas, etc. Foi também adicionada o modo cooperativo que pega em sequências de Uncharted 2 e 3. É um modo interessante para jogadores que gostam de multiplayer e pode oferecer muitas horas de diversão.
Consoante a nossa prestação recebemos experiência que nos faz elevar no ranking e receber dinheiro para desbloquear novas personagens, armas, etc. Foi também adicionada o modo cooperativo que pega em sequências de Uncharted 2 e 3. É um modo interessante para jogadores que gostam de multiplayer e pode oferecer muitas horas de diversão.
Concluindo, Uncharted 3: Drake’s
Deception é um jogo fantástico, do melhor que se pode encontrar atualmente nas
consolas e que faz inveja a todos os que não possuem uma PS3.
A campanha dura cerca de 8 horas o que é demasiado curto para um jogo de que se espero tanto mas quando o trabalho é tão bom não nos podemos queixar muito. Para além da campanha têm o multiplayer e também os habituais tesouros espalhados pelos locais da campanha. No entanto não consegui deixar de pensar depois de jogar o Uncharted 3 de que era mais do mesmo que já era Uncharted 2, não que isto seja mau mas gostava que Naughty Dog se aventurasse por caminhos diferentes dentro da série Uncharted. A mensagem final é que este jogo é uma compra obrigatório pois jogos como este não há muitos.
A campanha dura cerca de 8 horas o que é demasiado curto para um jogo de que se espero tanto mas quando o trabalho é tão bom não nos podemos queixar muito. Para além da campanha têm o multiplayer e também os habituais tesouros espalhados pelos locais da campanha. No entanto não consegui deixar de pensar depois de jogar o Uncharted 3 de que era mais do mesmo que já era Uncharted 2, não que isto seja mau mas gostava que Naughty Dog se aventurasse por caminhos diferentes dentro da série Uncharted. A mensagem final é que este jogo é uma compra obrigatório pois jogos como este não há muitos.
9/10
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