sábado, 31 de março de 2012

Mass Effect 3 - Análise


Foi exatamente há 5 anos, corria o ano de 2007, ainda as consolas desta geração estavam a espera de ser espremidas ao máximo quando saiu o primeiro jogo de uma das trilogias mais épicas do mundo dos videojogos, Mass Effect. Agora em pleno ano de 2012 aqui estamos nós para o capítulo final da saga, após muitas decisões tomadas quer em Mass Effect quer em Mass Effect 2 como será que tudo vai acabar? Conseguiu a Bioware produzir um jogo capaz de corresponder as tão elevadas expectativas? Terá o jogo um fim digno para os fãs? A estas e muitas outras questões irei responder durante esta análise.

Para já e antes de começar quero avisar que se ainda não jogaram e fazem tenção de jogar o Mass Effect 2 que aqui há Spoilers.
Trailer de Lançamento

Mass Effect 3 começa pouco tempo após o fim de Mass Effect 2, onde Shepard derrota os Collectors que raptavam e transformavam humanos em husks. Agora a ameaça é muito maior, os Reapers chegaram para cumprir a sua missão de exterminar toda a vida orgânica da galáxia e o ataque à Terra já começou.
Durante o jogo vamos viajar pela galáxia à procura de aliados para a batalha final frente aos Reapers e mais uma vez assumimos o controlo de Shepard, o soldado humano mais prestigiado e respeitado da galáxia, que vai tentar juntar todas as raças da galáxia com um objetivo comum, destruir os Reapers.
As nossas decisões tem importância fulcral no desenrolar dos acontecimentos e todas as decisões durante Mass Effect 1 e 2 afetam de alguma forma o nosso percurso em Mass Effect 3, sendo um dos exemplos mais claros disso a presença de personagens que nos ajudaram e sobreviveram à missão suicida do final de Mass Effect 2 que regressam em Mass Effect 3 como a Miranda, Jacob, Jack, Legion entre outros, embora com papeis mais secundários do que se poderia esperar.
Mass Effect 3 brilha no que diz respeito à caracterização das personagens, cada uma com a sua própria personalidade, com os seus próprios defeitos e qualidades, com o seu próprio passado complicado que faz aumentar a nossa ligação com todos aqueles que nos rodeiam e que estão dispostos a dar a vida para nos ajudar.

Outro pormenor interessante é possibilidade de escolher a personagem feminina correspondente ao Shepard, Fem Shepard, para abordar o modo singleplayer de forma totalmente diferente permitindo uma experiencia rica e diferente do habitual. 
Antes de podermos embarcar na viagem que é Mass Effect 3 é nos pedido que criemos a nossa própria personagem, o nosso próprio Shepard, ou então que importemos a nossa personagem de Mass Effect 2.
Uma das novidades é a possibilidade de escolher uma categoria para a nossa personagem desde soldier, engineer, vanguard, entre outras, sendo que cada uma atribui poderes específicos que tornam Shepard mais forte em determinados aspetos do combate.
A personalização é assim algo muito importante em Mass Effect 3 pois podemos personaliza não só a nossa personagem como a nossa armadura e as nossas armas. Esta personalização é possível através armaduras e “mods” para as armas que encontramos durante missões ou então que compramos no Citadel, o que interessa é que não faltam opções de personalização em Mass Effect 3.
O combate em Mass Effect 3 foi ligeiramente refinado e alterado em relação ao segundo jogo desta serie. Uma das grandes inovações é a possibilidade de em certas missões podermos assumir o controlo das chamadas “turrets” que nos oferecem uma experiencia diferente do habitual que consiste em disparar e protegermo-nos atrás de objetos presentes no cenário que diga-se é uma tática bastante eficiente especialmente com um sistema de cover tão eficiente. Tirando esta adição o combate recebeu algumas melhorias mas no geral continua muito semelhante ao passado, continuamos acompanhado por dois membros da nossa equipa em cada missão e persistem os problemas da IA dos nossos parceiros que a partir do momento em que os mandamos para um local não saem de lá por nada mesmo que os inimigos tenha já sido derrotados e nos já nos encontremos a grandes distância o que depois faz com que apareçam absolutamente do nada muito tempo depois. Mas para lá deste problema, o combate está mais imersivo e espetacular que nunca em Mass Effect 3, obrigando-nos a adotar diferentes formas de combater perante diferentes tipos de adversários. É de salientar também a existência do modo de dificuldade “Narrative” que é especialmente feito para aqueles que, tal como eu, jogam os jogos mais pela sua história do que propriamente pelo combate.
Outra alteração na jogabilidade verificada em Mass Effect 3 é o scan de planetas, agora, ao contrário do que fazíamos em Mass Effect 2, não fazemos scan do planeta inteiro à procura de elemento para upgrades mas sim de um só “war asset” tornando assim mais interessante algo que no jogo anterior era muito aborrecido e sem grande relevância
O outro grande foco de gameplay em Mass Effect 3 são os diálogos, que são extremamente ricos e envolventes e nos quais podemos escolher a opção “paragon”, ou seja, herói ou então a opção “renegade” se quisermos ser uma espécie de “bad boy”, que depois nos irão dar mais opções de dialogo mais para o final do jogo. Em determinadas situações temos também a opção “investigate” que nos permite obter mais informação e também experiencia para melhorar os poderes da nossa personagem.
Algo que torna este jogo diferente de tantos outros é o de existirem diferentes finais, mas no entanto e embora o final seja épico e com imagens absolutamente espetaculares e poderosas, eu achei o final demasiado confuso e que deixa muitas questões por responder para além de uma ou outra incoerência.
Durante a minha deparei me com alguns bugs nada de preocupante e que não seja aceitável num jogo deste tamanho mas o mesmo não posso dizer do excesso de loadings sobretudo quando nos encontramos a bordo do Normandy ou no Citadel que acabam por quebrar demasiadas vezes o ritmo de jogo.

A nível gráfico Mass Effect 3 é uma delicia para os olhos, a forma como a Bioware conseguiu retratar a diversidade de ambientes e raça da galáxia é simplesmente maravilhosa.
Cada planeta tem o seu próprio ambiente, desde o entulho e destruição que predominam em “Tuchanka”, ou pela grande presença e diversidade de flora em planetas semelhantes à Terra, ou então locais super evoluídos com civilizações avançadas e edifícios majestosos como em “Thessia”, e ver estes planetas serem destruídos é algo digno de um filme. Mas não é só na caracterização do planeta que o jogo brilha as diferentes espécies que habitam a galáxia também são algo de fantástico desde os brutamontes guerreiros, “Krogans”, os super inteligentes, “Salarians” e também as “belezas azuis”, “Asaris”.
As cutscenes são para mim o ponto alto deste jogo, desde os cenários de destruição, às demonstrações de emoção por parte das personagens, como por exemplo, tristeza, desespero e irritação. As cutscenes são muito envolventes e absolutamente espetaculares principalmente na fase final do jogo com vários momentos capazes de nos deixar de boca aberta.
Os efeitos sonoros são muito bons e realistas, capazes de nos transportar para o centro da ação desde o som super irritante e capaz de nos fazer tremer dos Reapers, às explosões e disparos.
O voice acting é sublime roçando a perfeição, fazendo as personagens ganhar ainda mais vida.
Mass Effect 3 é também o primeiro da saga a introduzir o multiplayer. O conceito é muito simples, começamos tal como no singleplayer por criar uma personagem que depois à medida que vamos jogando e ganhando experiencia vamos desenvolvendo-a. É nos permitido escolher a localização da missão, o inimigo e a dificuldade da missão e para tal contamos com a ajuda de outros jogadores de Mass Effect 3. As missões consistem em enfrentar ondas e mais ondas de inimigos até estarem todos derrotados.
O multiplayer é uma boa ideia e servirá para juntar mais algumas horas à experiencia de Mass Effect 3.

Assim, Mass Effect 3 é uma experiencia fantástica do melhor que há por aí com momentos espetaculares, uma autentica obra-prima.
Com um modo singleplayer capaz de superar as 30 horas de jogo, devido à grande quantidade e diversidade de missões secundárias, mais o multiplayer podem esperar por muitas horas de puro entretenimento que poucos jogos proporcionam.
Som - 10/10 - Voice acting e efeitos sonoros perfeitos.
Longevidade - 10/10 - Mais de 30 horas só no modo singleplay.
Gráficos - 9.5/10 - Grande diversidade de cenários e personagens, embora existam elementos que se apresentam com menos detalhe.
Gameplay - 9/10 - Problemas com IA, de resto tudo funciona na perfeição.

Nota Final: 9.5/10 – Recomendo a todos que procuram uma experiencia rica a todos os níveis.




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